sábado, 4 de julho de 2009

3 de julho de 2009

Em Dili, encontram-se ministros no supermercado e senadores na praia. Hoje fui casualmente apresentada a Mario Alkatiri por uma colega brasileira que trabalhou com ele no seu gabinete. Estávamos em um restaurante na beira da praia. Curiosa e falsa sensação de proximidade do poder. Neste caso, do ex-poder. Mas, ao que parece, não seria nada improvável que a mesma cena tivesse se passado com Ramos Horta ou Xanana Gusmao.

Impressionam-me os modos discretos dos timorenses, mesmo em situações de euforia. Parece existir aqui um certo fascínio pelos telefones celulares, que são manipulados a todos os momentos nas ruas. Logo na minha chegada a cidade, quando entrei na loja para comprar um chip local, uma dezena de timorenses acumulavam-se em torno do balcão para solicitar serviços diversos ou simplesmente para participar do espetáculo das demonstrações dos telefones. Aqui não há o conceito de fila e a multidão aglomerada, a principio, parece prenuncio de confusão. Uma espécie de acomodação natural, entretanto, vai dissipando, pouco a pouco, a massa desordenada. Tudo se passa sem ruídos e, aparentemente, sem conflito. O mesmo cenário observei hoje quando me dirigi a Dili Telecom para usar a Internet. Cerca de 15 homens acumulavam-se em cima do balcao sem parecer incomodar o atendente, que executava suas tarefas com tranquilidade. Estranha sensação de uma bagunça organizada.

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